Dieta da Proteína!
Para quem deseja emagrecer sabemos que existe uma infinidade de dietas. A cada dia surge uma nova, uma moda. Mas tem uma que é antiga, famosa, porém perigosa, se não for com objetivo e acompanhamento adequado. Estamos falando da Dieta da Proteína.
Como a Dieta da Proteína é muito usada pelos atletas de alto rendimento resolvi conversar com a Roberta Lima, Especialista em Nutrição Esportiva, Nutricionista da Seleção Brasileira de Judô,
Se é bom para os atletas será que é bom para todo mundo?
A Dieta da Proteína foi desenvolvida na década de 70, pelo médico cardiologista Robert Atkins, por isso também é conhecida como dieta do Dr Atkins. Consiste em reduzir o consumo de carboidratos com objetivo de otimizar a utilização das reservas de gordura como fonte de energia, gerando perda de peso.
A dieta é composta basicamente por proteínas (carne vermelha, frango, peixe, ovos, leite e derivados e etc) e gorduras (óleos, manteiga).
É bastante comum atletas aderirem a esta dieta, principalmente atletas de esportes que são divididos em categorias de peso como Taekwondo, Judô, Luta olímpica, Boxe, MMA e outros, que buscam rápida perda de peso.
Para atletas de alto rendimento essa estratégia alimentar pode interferir negativamente no desempenho uma vez que é retirado o CARBOIDRATO, combustível principal para a prática de atividade física.
Quando o corpo não tem carboidratos para utilizar como recurso energético o organismo precisa produzi-lo, pois órgãos como o cérebro não sobrevive sem este substrato. A produção é a partir de gordura e proteínas.
O processo de conversão da gordura em energia gera corpos cetônicos, substâncias tóxicas para as células e que podem limitar o tempo de atividade física por fadiga. Já o processo de conversão de proteínas em energia, além de gerar depleção proteica – perda de massa magra, gera desidratação.
A atleta Íris Tang Sing, da Seleção Brasileira de Taekwondo, bronze no Pan Americano de Toronto, fala sobre a importância dessa dieta para ela.
Segundo a Nutricionista Roberta Lima, para um atleta que treina de forma exaustiva, o período de três semanas seguindo a dieta da proteína pode gerar depleção completa dos estoques de glicogênio muscular e hepático (forma como o corpo estoca energia), podendo levar a prejuízos importantes no seu rendimento esportivo.
E para quem não é atleta?
A curto prazo indivíduos não-atletas podem se beneficiar deste tipo de dieta, desde que seja acompanhado por um nutricionista, profissional capacitado, que deverá fazer os ajustes desta dieta às necessidades individuais.
Mas lembre-se, a longo prazo a perda de massa magra pode gerar redução do metabolismo energético, dificultando a manutenção da perda de peso e a perda de peso no futuro.
Estudos feitos com população que ingere dietas ricas em gorduras saturadas e pouco carboidrato demonstram aumento do LDL (colesterol ruim), aumento dos níveis de ácido úrico e uréia, sobrecarga renal e disfunções hepáticas, não sendo considerada uma dieta saudável.
Mas quem já tentou de fato tirar o carboidrato e optar por um cardápio de proteína sabe que emagrece rapidinho. Ou será que esse emagrecimento é “falso”?
A maioria das pessoas tem a sensação de uma perda de peso mais rápida, mas não é uma perda de peso real, uma vez que se perde massa magra e líquidos, e não gordura como era o esperado. A sensação de “perder barriga”se dá pelo processo de desidratação. A pessoa sente-se menos inchada, isso porque cada grama de glicogênio carrega consigo 3g de água. Se não há ingestão de carboidratos, o organismo precisa quebrar esses estoques de glicogênio e, desta forma, há também eliminação de água corporal.
Efeitos colaterais: Pode causar desequilíbrio metabólico, levando a tonteiras, desmaios, dores de cabeça, cansaço, falta de concentração, hipoglicemia, elevação dos níveis de ácido úrico e uréia, sobrecarga renal, aumento do colesterol ruim (LDL), disfunções hepáticas e etc.
Principalmente porque na dieta da proteína não há restrição a gorduras saturadas, podendo consumir gordura da carne, bacon, embutidos e enlatados.
Então, fique atento ao adotar este tipo de dieta, não faça isso sem acompanhamento de um nutricionista . Queremos sim emagrecer, mas não adianta nada o sacrifício se o resultado não for duradouro.
Nenhuma dieta restritiva, radical gera emagrecimento sustentável. Pense nisso!
Um grande beijo!
Quer saber mais, veja esse vídeo do Você Bonita!