TRT – Terapia de Reposição de Testosterona. Assunto polêmico que envolve a saúde do homem, o exagero na busca por um corpo perfeito e ainda, o doping no Esporte.
Para falarmos da Testosterona como terapia, vamos primeiro entender o que é esse hormônio e o porque ele é tão importante para a vida do homem.
O Blog Esporte & Saúde conversou com um especialista no assunto, Prof. Dr. Alex Souto Maior, Pós-doutor em Fisiologia e Mestre em engenharia biomédica.
A Testosterona é um hormônio anabólico androgênico produzido nos homens pelas células da leydig nos testículos. As mulheres também produzem uma pequena quantidade deste hormônio pelas células da theca nos ovários. Ambos estimulados pelo hormônio luteinizante produzido em uma região do cérebro chamada hipófise.
E em ambos os sexos uma pequena quantidade de testosterona também é produzida nas glândulas supra-renais (rins) a partir da produção de DHEA (desidroepiandrosterona).
Estudos recentes na área de endocrinologia, mostram que o declínio dos níveis de testosterona começa a acontecer entre 30 e 35 anos, dependendo diretamente do estilo de vida dos indivíduos. Ou seja, hábitos não saudáveis reduzem precocemente as taxas de testosterona.
E a diminuição desse hormônio pode provocar: fadiga, diminuição da libido, redução da fertilidade, risco de diabetes, aumento da massa gordurosa, perda de massa óssea, aumento do risco de fraturas, perda de força e diminuição de massa muscular.
E aí que entra os esteróides anabólicos, que são análogos sintéticos de testosterona, com mudança na estrutura química para prolongar a atividade biológica, aumentar seu efeito anabólico, reduzir o efeito masculinizante e torná-lo fisiologicamente ativo. São basicamente utilizados na terapia de reposição hormonal.
Sabendo dos resultados, principalmente estéticos, que os efeitos anabólicos provocam no corpo, como o crescimento dos músculos, foi que homens e mulheres em busca do corpo perfeito começaram a repor desenfreadamente o hormônio. E segundo Prof. Dr. Alex Souto Maior, como qualquer medicamento, a utilização de doses acima das recomendadas podem causar sérios danos, como calvície, acnes, hipertrofia prostática, lesões hepáticas (fígado). Alguns tipos de esteróides podem promover redução da potência sexual, aumento do colesterol ruim (LDL), redução do colesterol bom (HDL), complicações cardíacas, trombose, risco de desenvolvimento de morte súbita e arritmias cardíacas.
As mulheres que usam altas doses de esteróides anabolizantes, poderão ter os mesmos problemas que os homens e ainda apresentar características masculinas significativas como: aumento dos pelos na face, no peito, a voz fica mais grossa, aumento do clitóris, aparecimento de espinhas, agressividade, entre outros.
O empresário Davi Ribeiro, de 37 anos, é adepto da Terapia da Testosterona. “Percebi que não estava conseguindo o corpo que desejava, procurei um médico e foi aí que descobri a importância da testosterona”.
Ele faz uma reposição lenta ao longo do ano, sem grandes altos e baixos, mais constante. Diferentemente de muitos que realizam os chamados “ciclos”, colocando a testosterona no corpo por oito a dez semanas, depois fazendo uma terapia pós ciclo.
Segundo Davi esse método faz uma montanha russa com o organismo, num determinado momento do ano o nível de testosterona fica alto, o que leva ao bom humor, animo, depois diminui, aí vem a depressão. Por isso que ele preferiu adotar o TRT- Terapia de Reposição de Testosterona, com acompanhamento médico. Davi conclui: “A diferença entre o veneno e o remédio é a dose”.
O Prof. Dr. Alex Souto Maior explica que a Testosterona em doses certas pode ser usada como terapia de doenças crônicas, como o HIV, osteosporose, raquitismo, doenças cardíacas, entre outras.
“Estudos mostram que a terapia com doses <250 mg/semana não promove sobrecarga cardíaca e metabólica. Doses semanais de 100mg de testosterona promoveram aumento da hipertrofia muscular, força e a funcionalidade de idosos. A densidade mineral óssea aumentou com doses entre 50 e 150mg de testosterona, consequentemente, a terapia com testosterona reverteu o quadro da perda de funcionalidade promovido pela perda da massa óssea e muscular. Por outro lado, doses suprafisiológicas >250 mg/semana promovem aumento significativo do LDL colesterol, aumento da pressão arterial, hipertrofia cardíaca patológica, agregação plaquetária e disfunção autonómica cardíaca.”
Vimos que o hormônio da testosterona em níveis ideais podem ser benéficos à saúde e até ajudar na curar doenças, mas em excesso, como tudo, faz mal à saúde, ao corpo e ao cérebro.
Antes de iniciar a terapia é importante procurar um especialista, fazer exames e uma avaliação individualizada.
A Terapia de Reposição de Testosterona é algo novo para muita gente, no entanto, estudos mostram que é importante para a saúde do homem. Mas é preciso saber se seu corpo realmente precisa e qual é a dosagem adequada. E se for atleta de alto rendimento, busque outras alternativas para melhorar a performance. Não arrisque sua vida, nem a carreira pela estética!
Quer saber mais sobre o trabalho do Professor e Doutor Alex Souto Maior? Confira abaixo: